quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Nunca vi, nem comi.

Festa em Buffet. É a consagração dos novos ricos! Eles ainda acham que Orquestra Tabajara é o que há de mais chic. Aqueles casamentos intermináveis, com aqueles noivinhos em cima do bolo, jogados de qualquer forma. A noiva com aquela cara com uns 2 quilos de argamassa, e o noivo achando que ta bonita, mas no fim da festa ele que vai comer aquele palhaço. Casamento é engraçado mesmo. E lua-de-mel? Nunca entendi esse termo... Talvez seja o seguinte: Lua, lembra noite. Noite lembra cama. E o mel? Mel lembra abelha. Abelha: pica! E essas festas são sempre a mesma coisa. Eles começam servindo uma água suja que chamam de suco de goiaba, acerola ou cajá. Por que eles insistem nesses sabores? Aí conversa vai, vem... A gente encontra aqueles amigos que só encontra em festa. Parece novela do Sïlvio de Abreu. As mesmas caras, e as mesmas cenas! A orquestra começa a tocar, baixinho ainda, só fazendo que eles chamam de som ambiente. Aliás, eu nunca entendi essa coisa de som ambiente. Afinal, ele só atrapalha o som do ambiente! Numa borrachariao que seria som ambiente? Pneu estourando? No dentista “zuuuuuuuum”e os pacientes gritando? Num puteiro até que seria agradável... Mas então, eu acho que as orquestras “de festa” do Brasil todo combinaram um repertório, sempre eles começam tocando “Anos dourados” com um sax atravessando tudo. E é nessa hora que rolam os ataques. Vai dizer que ninguém aqui tem um tio que dá uma molhada na mão do garçom só pra ele caprichar na nossa mesa? É croquete que não acaba mais, e eles ainda dão um jeito de trazer aquele camarão cinza, minúsculo, 3 unidades por metro quadrado. Mas sim, trouxe camarão pra mesa. As pessoas associam camarão a riqueza! Mentira... Vai na África, olha o exemplo do Camarões! Depois eles querem que todos comecem a dançar. Já sabe o que né? New York, New York com um sotaque de United States of Pindamonhagaba! Ichtart ichpredjin dênils... E entra a velharia no dancing. Nesse meio tempo, a dita alta sociedade vem abaixo: Entra MC Marcinho com arranjo de orquestra. É o efeito Cinderela inverso. Todos são dominados pela cultura musical das domésticas. Depois todo mundo já tomou aquele Teacher’s que estava guardado na família há anos. TEACHER’s! E a orquestra, abre as portas do armário e toca um “I will survive”. O sotaque é da mesma escola de inglês do “New york, new york”. Nesse momento é primavera, todas as flores desabrocham. A quantidade de bicha bêbada, que até antes da música era considerado pai de família, que aparece... Vira um clube gay da média sociedade enrustida. E a festa acaba, obviamente aos vômitos nos ternos da Clockhouse, vestidos de festa da Riachuelo, e com algum segurança expulsando alguém aos chutes.

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